terça-feira, 14 de dezembro de 2010

HISTORIA DAS PICHAÇAO

HISTÓRIA DA PICHAÇÃO
A pichação é uma prática que interfere no espaço, muitas vezes desagradando os que são alvos de comentários, donos de paredes brancas, muros de estabelecimentos etc. A pichação subverte valores, é espontânea, efêmera e gratuita. Prática que tem como sua base as letras e formas diferentes que podem significar : protestos políticos, xingamentos aos que irão ler o que está no muro, protesto de gangs, simples vontade de sujar o espaço alheio entre outras coisas. Mas uma pergunta que muitas pessoas se fazem é de onde vem tudo isso? Quem foi o precursor desta prática?
Sabe-se que a pichação podia ser vista em paredes das antigas civilizações, portanto esta não é uma atividade contemporânea.  A cidade de Pompéia, vitima de um vulcão chamado Vesúvio, que entrou em erupção dia 24 de agosto de 79 d.C. ( por isso foi preservada.) tinha muros onde predominavam todo o tipo de pichação, como xingamentos, propagandas políticas, anúncios, poesias... se escrevia de tudo nas paredes. Até na idade média, na época em que a Inquisição  queimava as bruxas cobrindo-as de piche, os padres pichavam as paredes dos conventos que eram rivais, ajudando a expor suas ideologias e criticar doutrinas contrárias, governantes , ditadores e todo tipo de gente a quem se queria difamar.
A prática teve uma grande evolução após a Segunda guerra mundial, quando começou a produção de materiais em aerosol, assim tintas spray podiam deixar tudo mais rápido e fácil para quem costumava pichar. Durante a revolta estudantil de Paris, os gritos de liberdade dos estudantes eram também passados para os muros com os sprays , garantindo que as pessoas lessem e pensassem sobre as propostas dos revolucionários.
No Brasil pichações como as de um vendedor de cães que escrevia nos muros : Cão fila km 22, são lembradas até hoje.Como esta prática era considerada subversiva e proibida, geralmente era praticada a noite, mas com o passar do tempo, começou a perder seu antigo propósito político e revolucionário, e começou a ser praticada por grupos que já não queriam protestar contra os governos e ideologias, mas sim era usada para declarar amor, fazer piadas ou simplesmente registrar o nome dos autores, o que se aproxima mais das pichações de hoje. O artista multimídia e grafiteiro Hudinilson Júnior contou que certa vez estava escrevendo em um muro como de costume a frase“ah ah BEIJE-ME.” Então surge uma garota, lhe dá um beijo e diz : sempre me senti curiosa a respeito de quem escrevia isso por toda a cidade.
A pichação durante os anos da ditadura militar, quase não era vista na cidade de São Paulo, era totalmente intolerada, pois não existia nenhuma liberdade de expressão, assim aconteceu na Alemanha, no muro de Berlim, seu lado oriental era limpo  e de pintura intacta, já o outro lado possuía uma série de pichações. Que com a demolição do muro tiveram espaço perante toda a imprensa mundial, significando a própria liberdade de expressão.

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